Paraty
Você é daqueles que ama uma viagem de carro? Eu sou! Que tal uma road trip até Paraty?
Você é daqueles que ama uma viagem de carro? Eu sou! Que tal uma road trip até Paraty?
Você é daqueles que ama uma viagem de carro? Eu sou! Que tal uma road trip até Paraty?
Herdei do meu pai essa paixão! Adorava pular da cama às 5 horas para viajar e quanto mais longa, melhor! Não me pergunte o porquê de ser tão cedo, mas nem dormia com tanta animação.
Seguindo a tradição, madrugamos rumo a Paraty. Patrimônio Mundial da UNESCO. Está localizada a 278 km do Rio e 268 km de São Paulo. Meio do caminho! Levamos menos de 4 horas. Viagem ótima com aquele visual da estrada Rio-Santos!
Onde se hospedar? Escolhemos a Pousada Literária que fica no coração do centro histórico. Reúne as tradições culturais e colonial em um ambiente tranquilo e sofisticado. É pousada oficial da FLIP desde 2012. Possui um café da manhã delicioso, servido a quaisquer hora e lugar da pousada. Os produtos frescos vêm da Fazenda Bananal, vinculada à pousada. Não deixe de provar o waffle de pão de queijo, que é “Dos Deuses”!
Fiquei encantada com a área externa, repleta de bouganvilles e orquídeas. A piscina climatizada a 26 graus, área de acessibilidade para cadeirantes e carrinhos de bebê e com o contemporâneo restaurante Quintal das Letras, atualmente, de uso exclusivo dos hóspedes.
Quartos amplos e aconchegantes, bem equipados e decoração de bom gosto. Sala de Leitura/Biblioteca de suspirar e atendimento de excelência, impecável!
Recomendo a visita e o almoço na Fazenda Bananal, mesmo para quem não estiver hospedado, que se localiza a cerca de 10 minutos de carro da pousada. Uma área revitalizada com projeto sustentável de educação.
Além da Pousada Literária, indico a Casa Turquesa, muito aconchegante, lembrando uma casa propriamente dita. Situada no cais, ao lado da Igreja de Santa Rita, cartão postal da cidade. Cada suíte recebe o nome de uma cor, com uma decoração caprichada.
Eventos em Paraty:
FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty
Paraty em Foco – evento internacional de fotografia
Para saber de todos os eventos, acesse: http://paraty.com.br/calendario.asp
Quantos dias?
A cidade tem muitos atrativos históricos e culturais, além de belezas naturais (cachoeiras, praias, ilhas etc.). Assim, aconselho três dias inteiros.
Dia 01 – walking tour e curtir a cidade
Dia 02 – passeio de traineira ou lancha (bem mais rápida do que a primeira opção) pela Baía de Paraty, suas ilhas, até o Saco do Mamanguá (almoçamos no Restaurante do Dadico). Se você tiver dia sobrando, divida em mais de um dia, fazendo as praias e ilhas mais próximas no primeiro e reservando o segundo dia para o Saco do Mamanguá e Paraty-Myrim.
Dia 03 – ida às cachoeiras, alambiques e Fazenda Bananal
Walking tour em Paraty:
Pra início de conversa, vale muito a pena! Veja aqui!
Existe o gratuito, que sai todos os dias (exceto às 4as feiras), às 10:30 e 17:00, da Praça da Matriz, com duração de 2 horas. Ao final, cada participante decide quanto gratificar o guia.
Dessa vez, nós optamos pelo privativo, também com 2 horas de duração. Você escolhe o dia e a hora da sua conveniência e o guia credenciado encontra com você no hotel. Foi realizado pela Agência Paraty Tours.
Começamos na padaria mais antiga, Padaria Esperança, conhecida como Padaria do Zuzu, que fica na Rua do Comércio, 29, fundada em 1920. Está na quarta geração. As crianças provaram dois doces típicos: o manuê de bacia e o massa-pão.
Curiosidade: o pé-de-moleque de Paraty não leva amendoim.
A caminhada pelas ruas da cidade nos faz viajar no tempo. A guia nos contou a relação da cidade com o Ciclo do Ouro e Ciclo do Café, que impulsaram a economia e foram responsáveis pelas principais construções históricas.
A Estrada Real, ligando Diamantina a Paraty, que perdeu a sua utilidade com uma nova e mais rápida estrada Rio-Minas, começando o declínio do ouro, apenas recuperado com o Ciclo do Café. Depois, pela outra longa estagnação, que durou até a década de 70, superada com a inauguração da Rio-Santos, quando Paraty encontrou no turismo uma nova fonte de empregos e riqueza.
Seguimos para a Praça da Matriz, onde se localiza a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, construída em 1725 e frequentada na época somente pelos escravos. Na praça está o Cine São Jorge, único cinema da cidade e gratuito. Ao lado, o Solar dos Gerânios, que serviu como casa do Sr. Nacib do filme Gabriela Cravo e Canela (versão mais recente).
Ainda na praça, o imponente casarão colonial de Amyr Klink. Ele não mora lá, mas vai sempre e às vezes usa para exposição de fotografias. Aliás, sobre o navegador, na Marina do Engenho vimos a embarcação Parati 2, feita em alumínio aeronáutico, usada na viagem do documentário Continente Gelado do NatGeo.
No tour, aprendemos sobre os detalhes e símbolos das principais construções do centro, como lojas e armazéns no térreo e a moradia no andar superior, sobre os maçons, que chegaram fugindo das perseguições no velho mundo.
A Praça da Matriz é uma graça, onde o povo da cidade se reúne à noite! De lá, seguimos para a Igreja de Nossa Senhora das Dores. Ao lado, uma bonita casa verde-e-amarela, com palmeira imperial, de frente para o mar. Opa! Qualquer semelhança não é mera coincidência. De fato, esse sobrado de 1830 é a residência do príncipe João de Orleans e Bragança e foi adquirida pelo seu pai em 1960.
Passamos por diversos casarões e alguns com símbolos da maçonaria. Quando os viajantes chegavam à cidade, podiam identificar até mesmo o grau do Maçom, e, por exemplo, pedir abrigo. Além disso, muitas fachadas possuem abacaxis, o que significava riqueza e status do morador.
Algumas casas tinham apenas a primeira fileira do telhado (eira) e outras a segunda, chamada de beira, sendo que as mais simples não possuíam nem a eira. Daí nasceu a expressão “sem eira e nem beira”, usada para definição de quem está passando por momento difícil. Quanto mais camadas no telhado, maiores as posses da família e vice-versa.
Depois de 1259 fotos de portas e janelas coloridas, chegamos à Igreja de Santa Rita, cartão postal da cidade, edificada em 1722. Com arquitetura jesuíta, é a coisa mais linda, tamanha simplicidade. Nela funciona também o Museu de Arte Sacra. Pena que estavam fechados.
Tomamos um café na Montanita Cafés Especiais e finalizamos o tour numa lojinha de cachaças. Recomendo a Gabriela, da Paratiana, famosa por essas bandas e que originou um drink chamado Jorge Amado! Provei a Gabriela e o Jorge Amado. Depois, te conto!
É tanta história que é melhor conferir ao vivo! Bora?
Paraty: cachoeiras e alambiques
Nem só a história atrai os viajantes. Paraty tem muitas belezas naturais, como as cachoeiras, acessadas, em grande parte, pela Paraty –Cunha (RJ165), conhecida como Estrada Real ou Caminho do Ouro. Siga nela por aproximadamente cinco minutos, dobre à direita após a Ponte Branca e encontre uma estradinha de terra com diversas cachoeiras e alambiques. Super fácil!
O Poço do Inglês foi o primeiro. Tem um pequeno recuo para estacionamento, a partir de onde se inicia uma trilha curta. Depois, de volta ao carro, conforme íamos subindo pela mesma estrada, as quedas d’água foram ficando mais bonitas. Em seguida estão as cachoeiras da Antiga Usina e da Pedra Branca. Cerca de 3km após está a cachoeira 7 Quedas! O caminho vai ficando mais difícil e com passagem para apenas um carro em alguns trechos.
Seguindo pela Estrada para Paraty-Cunha, na altura do 7,5 km, está a entrada da trilha para o Poço do Tarzan.
Visitamos o Alambique Paratiana (já gostei do nome!), que fica na Estrada da Pedra Branca. Fizemos uma visita guiada para aprender como é feita a cachaça. No final, um museu com mais de 4.000 rótulos, incluindo a do Pelé, que vale em torno de R$10.000,00, por existirem, reza a lenda, menos de 10 garrafas no mundo.
É possível fazer a degustação dos quatro tipos de cachaça e dos licores produzidos na Cachaçaria. Aliás, a cachaça Gabriela Cravo e Canela que já falei acima, é a mais famosa e típica da região. Uma mistura entre cachaça branca, cravo, canela e gengibre. É uma bebida licorosa com sabor marcante e agradável até mesmo para os que não são apreciadores da bebida.
Um drink típico de Paraty é o Jorge Amado, criado por Camila Paiva, bartender de Paraty. Em 2014, ela ganhou o Campeonato de Coquetéis com Cachaça de Paraty, realizado em parceria com a Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça de Paraty – APACAP.Assim, em cada esquina você pode provar um Jorge Amado. A receita leva maracujá, açúcar, limão e a aguardente Gabriela.
Também na Estrada da Pedra Branca, logo no início, há o Alambique Pedra Branca, aberto para visitação, degustação e vendas.
Enfim, as cachoeiras e os alambiques ficam na mesma área e não é à toa. Enquanto uma lava a alma, a outra aquece. Risos! Não tinha pensado nisso, mas um banho de cachoeira e uma cachaça têm tudo a ver!
Turismo náutico
Viagens de carro, contato com a natureza e isolamento social têm estimulado os viajantes a buscar alternativas para fugir da grande cidade e manter o distanciamento.
A descoberta do momento é o turismo náutico. Afinal de contas, os passeios privativos são realizados em família, com apenas o skipper (e equipe dependendo da embarcação). Nas ilhas e praias desertas, a segurança e o lazer são garantidos!
Além disso, você tem a liberdade de escolher as paradas de mergulho e o tempo que vai ficar. Com esse propósito, contratamos, por 6 horas, a lancha privativa da Agência Barco Latitude Paraty, aqui em Paraty, com o Sidney no comando e nas explicações de toda a região. Contato André ou Sidney: (24) 99999-9858.
Conhecemos o Saco do Mamanguá e sua área de preservação ambiental. Inclusive, na volta vimos alguns barcos e veleiros ancorados para o pernoite. Muitos oferecem um verdadeiro banquete a bordo.
O nosso roteiro pelas ilhas e praias foi o seguinte:
Ao sair do cais, nos deparamos logo com a imponente embarcação Parati 2, toda de alumínio, com dois mastros gigantes, do Amyr Klink, comandante que cruzava o mundo a bordo de seus barcos, sendo que um deles (o Parati 1) ficou preso no gelo da Antártica por sete meses. Acompanhávamos pela televisão as suas jornadas.
Nosso passeio, então, começou com essa história incrível. A primeira parada foi na Praia de Jurumirim, calma e tranquila, com águas esverdeadas. Praia do Engenho, Praia Vermelha e Praia da Lula na sequência. Mergulhamos nas águas calmas com muitos peixinhos, como o Sargentinho.
Lagoa Azul, linda! Ouvimos muitas histórias do barqueiro sobre as ilhas que ficaram abandonadas, umas por brigas de família, outras por litígios judiciais entre o Poder Público e o concessionário, e ainda por conta da quarentena.
Chegamos ao ponto alto do passeio: o Saco do Mamanguá, verdadeiro fiorde brasileiro. O que significa grande entrada de mar entre altas montanhas rochosas da Serra da Bocaina. São 8 km de mar em uma área de Mata Atlântica de preservação permanente.
Seguimos até a praia da Romana, que passou a ser denominada de Praia do “Crepúsculo”, em razão das gravações do filme desse nome, parte Amanhecer. Vimos o Pico do Pão de Açúcar. É possível chegar ao pico por uma trilha de 1.5 km até o cume, partindo da Praia do Cruzeiro, levando em torno de 50 minutos, por ser muito íngreme.
Passamos pela Praia do Bananal, Ilha da Cotia, Ilha do Algodão e Saco da Velha. Neste último, a intensa vegetação e o mar verde esmeralda sobressaem tornando a enseada de Paraty Mirim um encanto à parte.
Para chegar em Paraty Mirim, é possível ir de carro. São 18 km pela Rodovia Rio-Santos em direção a São Paulo até o Km 593, onde há uma entradinha à direita, e seguindo mais 8 km pelo caminho de terra. Nesta localidade há uma reserva de índios guaranis, preservada pela FUNAI. A praia tem encontro do Rio Paraty-Mirim com o mar, tornando a água mais gelada. Por ser de fácil acesso, inclusive com linhas de ônibus, é bem procurada pela população local. No entanto, você encontra pousadas e casas para aluguel de temporada.
E aí? Topa um passeio de barco?
Restaurantes:
Banana da Terra – sem dúvida, é o mais concorrido. Reserve com antecedência. Conseguimos vaga devido à uma desistência. Apesar de cheio, o atendimento é excelente. As entradinhas são irresistíveis. Não deixe de prova o drink Jorge Amado. R. Dr. Samuel Costa, 198. Abre de quinta a domingo. Quinta das 18:00 às 23:00 e de sexta a domingo das 11:00 às 15:00 e das 18:00 às 23:00. https://www.restaurantebananadaterra.com.br/
Quintal das Letras – é o restaurante da Pousada Literária, de comida contemporânea e estilo sofisticado. Adoramos! O restaurante, nesse momento de pandemia, está atendendo exclusivamente aos hóspedes. Rua do Comércio, 58 Centro Histórico, telefone:+55 24 3371-2616.
Bartholomeu – o nosso eleito. Ambiente descontraído, com mesinhas no jardim, comida saborosa e atendimento ímpar. Abre todos os dias, exceto quartas-feiras. Reserve. Rua: Dr. Samuel Costa, 176. Telefone: 55 24 3371-5032. http://www.bartholomeuparaty.com/
Fazenda Bananal – o lugar já vale a ida. Uma fazenda do século XVII toda revitalizada com projeto de educação sustentável. O restaurante adota o conceito farm-to-table, é aberto e com uma decoração de bom gosto. Ambiente delicioso e comida maravilhosa. Ótimo pra quem vai com crianças. Aberto todos os dias das 11:00 às 18:00. Estrada da Pedra Branca. Reservas pelo telefone: +55 24 3371- 0039 | 3371-1666 | 3371-2613. http://www.fazendabananal.com.br/
Caminho do Ouro – não fomos, mas foi muito recomendado. Não deixe de reservar também. Rua Doutor Samuel Costa 236 . +55 24 98876-1899. Aberto todos os dias para almoço e jantar, exceto domingo somente para almoço.
Eu e minha família estamos sempre de malas prontas para conhecer o mundo!